segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL (1914-1918)

A disputa imperialista e algumas questões nacionalistas foram responsáveis pela Primeira Guerra Mundial, um confronto de grandes proporções que envolveu muitos países, canalizou durante quatro anos grande parte dos recursos mundiais para a produção bélica e, principalmente, causou a morte de milhões de pessoas.
Na virada do século XIX para o século XX, um conjunto de conflitos de caráter imperialista ou nacionalista evidenciava o alto risco de um confronto de amplas proporções. Os interesses em conflito às vésperas da Primeira Guerra Mundial eram os seguintes:
• A Inglaterra e a Alemanha disputavam diretamente a hegemonia econômica e política sobre o mundo.
• Na Península Balcânica, os búlgaros, os sérvios, os croatas e os eslovenos, sob domínio do Império Turco, eram incentivados pela Rússia em sua luta de independência. Os turcos, por sua vez, recebiam o apoio da Áustria-Hungria, que temia o avanço russo sobre os Bá1cãs.
• Os poloneses, irlandeses e finlandeses lutavam pelo direito de se autogovenarem
• A França queria retomar as regiões da Alsácia e da Lorena, que havia perdido para a Alemanha em 1871 (Guerra Franco-Prussiana).
Os antagonismos levaram à criação de um sistema de alianças e à formação de grupos de países que assumiam o compromisso de ajuda mútua, em caso de agressão.
Os dois grupos e seus principais membros eram:
• Tríplice Aliança (potências centrais). Alemanha, Império Austro-Húngaro e Itália (em 1915, a Itália mudou para o outro grupo);
• Tríplice Entente (países aliados). Inglaterra, França e Rússia.
Nesse contexto crítico, o assassinato de um príncipe austro-húngaro por um militante bósnio, que lutava pela autonomia de seu país, serviu de pretexto para o início da guerra, em 28 de junho de 1914.
Os dois blocos - Tríplice Aliança e Tríplice Entente - entraram em combate, e a Alemanha ficou geograficamente presa entre dois inimigos: a França e a Rússia. Para evitar o ataque pelos dois flancos, o kaiser Guilherme 11 usou todo seu poder militar para atacar a França, na expectativa de eliminar um dos seus oponentes. No início, o plano deu certo e os alemães conseguiram chegar a uma área a 30 km de Paris; nesse ponto, porém, encontraram forte resistência das tropas francesas e inglesas.
Durante o ano de 1914, a luta havia se caracterizado como guerra de movimento, ou seja, as tropas germânicas avançavam e as francesas recuavam. A resistência dos aliados deu início a uma outra forma de luta, chamada de guerra de trincheiras: os soldados construíam redes de trincheiras (túneis imensos, cavados no solo), onde ficavam aquartelados, frente a frente, à espera de um melhor momento para atacar. Era uma luta pela manutenção da posição já conquistada e, muitas vezes, para avançar apenas alguns quilômetros.

Um cotidiano infernal
O dia-a-dia vivido nas trincheiras pelos soldados que lutaram na Primeira Guerra Mundial era trágico. Em primeiro lugar, não era possível sair dos túneis porque os soldados inimigos estavam sempre alerta para atirar; pelo mesmo motivo, era necessário estar abaixado o tempo todo, inclusive ao andar. As trincheiras de um mesmo exército eram interligadas, permitindo a comunicação entre as tropas. Ninguém circulava fora da proteção dos túneis. Quando nenhum dos dois exércitos tinha força suficiente para avançar e dominar uma posição, a guerra ficava paralisada e os soldados, presos em suas trincheiras. A situação tornava-se terrível, sobretudo quando chovia; os túneis inundavam e os soldados tinham de ficar o tempo todo dentro da água. O frio e a umidade contribuíam para o surgimento de epidemias, e muitas vezes as doenças matavam mais que os confrontos bélicos. A falta de higiene e o aglomerado humano eram responsáveis por pragas de piolhos e outros parasitas, além da presença constante de ratos.

O fim da guerra e o Tratado de Versalhes
Em 1917, havia um certo impasse no desenrolar da guerra, provocado pelo equilíbrio de forças entre os dois grupos em combate. Em fevereiro, na tentativa de tirar a Inglaterra da luta, os submarinos alemães passaram a atacar todos os navios que se aproximavam daquele país. Nessa campanha, acabaram afundando navios norte-americanos que se dirigiam à Grã-Bretanha. Entendendo que seus direitos estavam sendo desrespeitados, os Estados Unidos declararam guerra à Alemanha. A chegada das tropas norte-americanas à Europa só aconteceu em março de 1918, quando os demais países envolvidos na guerra já estavam esgotados. A participação do exército dos Estados Unidos rompeu o equilíbrio de forças a favor da Tríplice Entente, e os alemães e seus aliados já não tinham meios de se reorganizarem. Em novembro de 1918, foi assinado o armistício, em que a Alemanha e seus aliados reconheciam a derrota.

O Tratado de Versalhes, documento que determinou as condições da paz, foi assinado em 1919.
O tratado considerou a Alemanha culpada pela guerra e impôs àquele país o pagamento de uma multa de aproximadamente US$ 30 bilhões pelos prejuízos causados; determinou a devolução dos territórios da Alsácia e da Lorena à França e a criação do corredor polonês, uma faixa estreita de terra que atravessava o território alemão e ligava a Polônia ao Porto de Dantzig, dando aos poloneses uma saída para o mar. Além disso, os alemães ficaram proibidos de reorganizar seus exércitos e tiveram de sair das áreas onde praticavam o imperialismo.
As determinações do Tratado de Versalhes condenaram a Alemanha ao empobrecimento e ao enfraquecimento de seu poder militar. Desesperados, muitos alemães lançaram-se à aventura nazista, abrindo caminho para a Segunda Guerra Mundial.

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