Os gastos com a Primeira Guerra Mundial enfraqueceram a economia européia e provocaram uma forte retração do consumo, que abalou a economia mundial. Os Estados Unidos, ao contrário, enriqueceram com a guerra, pois forneceram alimentos e produtos industrializados aos países aliados.
Entre 1918 e 1928, houve expressiva expansão da produção norte-americana. A prosperidade econômica gerou o chamado american way of life (modo de vida americano). Havia emprego, os preços caíam, a agricultura produzia muito e o consumo era incentivado pela expansão do crédito e pelo parcelamento do pagamento das mercadorias.
Em 1920, o Congresso norte-americano aprovou a Lei Seca (Volstead Act), que proibia a produção e o consumo de bebida alcoólica, sob a alegação de que era preciso preservar a sociedade dos malefícios da bebida. A Lei Seca não foi cumprida e resultou na formação de uma rede criminosa que produzia e contrabandeava bebida. Criminosos, como AI Capone, fizeram fortuna com esse comércio. Em 1933, quando foi revogada, já estava completamente desmoralizada. Até na fazenda do senador que havia criado a lei encontrou-se uma destilaria
A crise de 1929 foi, portanto, uma crise de superprodução: havia mais mercadorias que consumidores; conseqüentemente, os preços caíram. Os resultados foram o desemprego, a falta de opções para aplicar o capital, a queda dos lucros, a retração geral da produção industrial e a paralisação do comércio.
Uma grande parte da expansão industrial dos Estados Unidos se fez com a venda de ações das empresas nas bolsas de valores. O mercado de valores funciona da seguinte forma: quando uma empresa precisa de capital para expandir seus empreendimentos, vende ações na Bolsa de Valores; os compradores dessas ações terão direito de receber parte dos lucros futuros da companhia. Mas, o mercado de ações é um mercado de risco, pois se a empresa tiver problemas graves, se houver prejuízo alto ou, mesmo, uma falência, os investidores podem perder todo o dinheiro aplicado. Quando as empresas entraram em prejuízo, os capitais investidos em ações começaram a perder valor e houve uma corrida dos investidores querendo vender suas ações. No final de outubro de 1929, a Bolsa de Valores de Nova York não suportou a pressão pelas vendas e foi obrigada a fechar o pregão ("crack da bolsa").
A queda do preço das ações foi tão espetacular que bilhões de dólares simplesmente desapareceram de uma hora para outra. Numerosas empresas faliram e muitos investidores cometeram suicídio.
A crise norte-americana repercutiu no mundo todo, exceto na Rússia, que vinha desenvolvendo sua economia sem muita dependência das finanças internacionais. No Brasil, a queda do preço internacional do café piorou a situação econômica do país e a situação política da elite cafeeira, que ocupava a Presidência da República há três décadas. Por todo o mundo as demissões deixavam nas ruas milhões de desempregados que não tinham qualquer perspectiva de melhoria. Ao mesmo tempo, a crise favoreceu a formação de fortunas nas mãos dos especuladores e de pessoas sem escrúpulos que se valiam da situação difícil para explorar os desempregados.
New Deal (1933-1939)
Em 1933, Franklin Roosevelt assumiu a Presidência dos Estados Unidos e colocou em prática uma política de recuperação da economia, denominada de New Deal. Rompendo com os pressupostos do liberalismo econômico, Roosevelt usou o poder do Estado para intervir na economia.
O governo forneceu meios para que as pessoas voltassem a consumir, a fim de reaquecer a economia. O salário-desemprego e a formação de frentes de trabalho subvencionadas pelo governo deixaram de ser considerados gastos e passaram a ser vistos como investimentos.
As principais ações do New Deal foram a criação do salário-desemprego, o incentivo a atividades que não produzissem bens, mas gerassem emprego (como a construção ou reparação de obras públicas), o aumento dos salários dos trabalhadores de baixa renda, o controle dos preços dos gêneros de primeira necessidade e a concessão de empréstimos estatais aos produtores agrícolas arruinados. O plano deu resultado, e em apenas dez anos a economia norte-americana estava recuperada.
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